Em uma ciranda, um dá a mão para um que dá a mão para outra e, assim por diante, até chegar a primeira e fechar a roda. Na Materialização Cruzada acontece algo parecido: um artista usa sua linguagem e técnica para representar a vida e obra de um outro artista que trabalha com outra técnica. Um estímulo para a Rocinha olhar para a própria Rocinha e um estímulo a cada artista em expandir a sua técnica ao ter que retratar uma outra totalmente distinta.
Materialização Cruzada é mais uma das técnicas da metodologia de Design de Histórias do DHIS. Aqui, determinada técnica ou mídia é usada para representar outra. Essa alteridade de linguagens também pode fomentar a representação cruzada entre diferentes contextos ou entre diferentes artistas. A metodologia dessa ação envolve a imersão de um artista nos acervos de um outro que será representado, produzindo leituras originais, sínteses e traduções em sua linguagem.
O resultado final dessa obra de um artista sobre outro artista da Rocinha foi registrado e é divulgado nesta etapa como mais um portfólio do trabalhador da cultura. Um portfólio cruzado onde dois artistas são difundidos (o que produziu o trabalho e o que foi retratado).
Esse formato de divulgação pretende ser uma forma de estímulo a outros fazedores a fazerem uma imersão nas histórias e saberes armazenados pelo projeto e produzir suas próprias intervenções. Além de um grande potencial de leituras da comunidade pelos próprios fazedores da favela, o método criado acaba por difundir exemplos concretos de formas de representação do universo cultural local que podem inspirar outros projetos.
Você verá uma artesã que trabalha com reciclagem retratando uma jovem grafiteira ou uma drag queen retratando essa artesã. Assista os vídeos para conhecer cada processo e veja a galeria das obras criadas.
Mery admira o trabalho da Malu, única grafiteira da Rocinha. Em sua maquete, ela combina representações do perfil da Malu e das casas da favela. Pela primeira vez Mery utilizou latas de spray na composição.
José Luis Summer vê a Cida como uma mulher de luz, e a favela como um lugar de reciprocidade. Ele representa a luz, a força e o poder de Cida, e os sentimentos de cada um da comunidade nos detalhes das casinhas e nas mandalas.
Renato errejota faz um ensaio fotográfico de Creusa Barbosa, personagem de Jal Amorim, pelas ruas, becos e vielas da Rocinha. A experiência foi uma oportunidade para aprender sobre o universo Drag Queen.
Malu Vibe representa a relação de José Luis Summer com a moda, ressaltando a importância de um olhar reciclado sobre a comunidade. Ela escolhe um muro sobre o qual já havia trabalhado, e aproveita o cenário como parte da obra.
Cida se inspira nas fotos de cenas cotidianas da Rocinha para representá-lo. Ela cria uma cena em mosaico composta com a bandeira do Brasil, Pedra da Gávea, calçadão, símbolos da Rocinha e elementos encontrados em suas fotos.
Jal Amorim conta a história de vida da Mery representando duas personagens: a Mery do futuro e a Mery passado. Em um encontro insólito, a Mery do passado pergunta para a Mery do futuro se seus sonhos se realizarão.
Colabore com as instituições e os artistas com doações. Serão beneficiados os artistas que participaram de todas as ações divulgadas aqui.